“Vocês lembram que, um dia, nós demos as mãos e juramos servir à Luz?”
DO ORAN MOR AOS CORAÇÕES APAIXONADOS PELA LUZ...
I
Foi lá, no alto das vertentes, que nós nos encontramos.
Era dia de iniciação, e a neblina envolvia as montanhas.
No entanto, nossos corações eram como pequenos sóis.
Porque a sabedoria de nossos ancestrais nos iluminava na jornada.
E nós escutávamos o Oran Mor...
Vocês se lembram, meus amigos?...
Dos ensinamentos estelares que aprendemos com os espíritos?
E dos sussurros do Céu em nossos corações apaixonados pela Luz?
Vocês ainda se emocionam com o vento soprando na campina baixa?
Há um tempo de semear – e um tempo de colher.
E, acima de nós, o Céu sabe o tempo de cada coisa.
E hoje é tempo de relembrar o valor da Luz em nossa jornada...
Então, apesar das dificuldades, vocês ainda escutam o Oran Mor?
E se emocionam com uma linda canção – e o brilho dos relâmpagos?
Ah, meus amigos!
Eu olhei a chuva caindo na noite escura da grande cidade...
E lembrei-me de outras noites – antigas e solenes -, nas brumas do tempo.
Noites de provas – onde enfrentamos e vencemos os nossos medos.
Noites onde o sol brilhava em nossos corações apaixonados pela Luz.
Vocês ainda veem o sol da meia-noite brilhando no céu de suas aspirações?
Eu olhei os relâmpagos riscando o céu da noite escura – e me admirei.
Porque eu me lembrei dos olhos brilhantes dos espíritos no meio das brumas.
E, como outrora, eu escutei o sussurro deles, em meu coração.
E eles me disseram: “Saúda os seus irmãos de senda, em Espírito e Verdade”.
Então, eu escrevi essas linhas, enquanto escutava algumas lindas canções.
E, no meio da grande cidade, com Amor e Honra, eu pergunto-lhes:
“Meus amigos, vocês ainda escutam o Oran Mor?
E se emocionam com uma linda canção – e o brilho dos relâmpagos?
E continuam apaixonados pela Luz?
E, mesmo na Terra, ainda se lembram do Céu?
Vocês lembram que, um dia, nós demos as mãos e juramos servir à Luz?
E que as montanhas foram nossas testemunhas, enquanto o sol brilhava na noite?
E que esse sol era em nossos corações?”
Ah, eu olhei a chuva caindo na noite... E lembrei-me de vocês.
E o Oran Mor* sussurou em meu coração, em Espírito e Verdade.
E o recado é o mesmo de outrora: “Continuem apaixonados pela Luz!”
P.S.:
Continua chovendo lá fora...
Mas, aqui dentro, tem um sol brilhando.
E é um sol de Amor.
Nessa noite, esse sol é a minha testemunha.
E quem, em seu coração, compreende isso, realmente compreende.
(Dedicado aos meus amigos, encarnados e desencarnados, por esse mundão de Deus...)
Paz e Luz.
Wagner Borges – mestre de nada e discípulo de coisa alguma.
São Paulo, 25 de fevereiro de 2012 - IPPB
II
DO ORAN MOR AOS CORAÇÕES APAIXONADOS PELA LUZ - II
Alma celta em corpo de brasileiro.. .
Desperta!
Pois os teus amigos te chamam, além...
Escuta o Oran Mor** em teu coração.
Abra tuas asas espirituais, irmão de senda...
E singra os espaços da Presença.
Deita como uma criança...
E ora a quem te deu a vida.
Pois os teus amigos te esperam, algures...
Alma amiga, filha da Presença...
Fecha os teus olhos no plano da matéria.
E abra o teu peito ao Grande Amor.
Relaxa tua mente: pensa nas flores da campina...
Ah, lembra-te das montanhas sagradas de outrora.
Lá, onde o Alto desceu em teu coração.
Torna-te menino novamente!
Deixa as coisas do mundo, por um tempo.
Pois os teus amigos querem te ver...
Então, sai do teu corpo*** e alce voo para o zimbório celeste.
Sim, voa livre, em teu Corpo de Luz...
Pois tu vieste da Casa das Estrelas e tua natureza é essa.
Alma amiga, recorda-te do teu Primeiro Amor.
Quem te criou: a Presença!****
Voa contente - escutando o Oran Mor.
Os teus amigos te aguardam, além da linha do horizonte.
Então, voa, alma celta - e ganha os espaços ignotos...
Além, muito além dos sonhos, realiza o teu Ser.
P.S.:
Escuta o Oran Mor.
Voa. Aprende. Trabalha.
Honra os teus pais e teus avós.
Ora. Medita. Canta.
E reverencia a Luz, em tudo.
Alma celta, não te esqueças:
Voa com Amor.
Pois, lá, além das luzes do mundo...
Os teus amigos te esperam.
Ah, que a Presença abençoe esse encontro de almas.
Paz e Luz.
- Wagner Borges - mestre de nada e discípulo de coisa alguma.
São Paulo, 08 de dezembro de 2012.
- Notas:
** Oran Mor - traduzido como "A Grande Melodia" , é o que existe de mais
próximo sobre o mito celta da Criação. Diz-se que o Oran Mor começou no
silêncio, quando nada existia ainda. Depois a canção começou. A vida foi
tocada na existência e a melodia continuou desde então, para aqueles que a
ouvem...
*** Projeção da consciência - é a capacidade parapsíquica - inerente a todas
as criaturas -, que consiste na projeção da consciência para fora de seu
corpo físico.
Sinonímias:
Viagem astral - Ocultismo.
Projeção astral - Teosofia.
Projeção do corpo psíquico - Ordem Rosacruz.
Experiência fora do corpo - Parapsicologia.
Viagem da alma - Eckancar.
Viagem espiritual - Espiritualismo.
Viagem fora do corpo - Diversos projetores extrafísicos e autores.
Emancipação da alma (ou desprendimento espiritual) - Espiritismo.
Arrebatamento espiritual - autores cristãos.
**** A Presença - metáfora celta para o Todo que está em tudo.
Quando os antigos iniciados celtas admiravam os momentos mágicos do
alvorecer e do crepúsculo, costumavam dizer: "Isso é um assombro!" - E assim
era para todas as coisas consideradas como manifestações grandiosas da
Natureza e do ser humano.
Ver o brilho dos olhos da pessoa amada, a beleza plácida da lua, a alegria
do sorriso do filho ou o desabrochar de uma flor eram eventos maravilhosos.
Então, eles ousavam escutar os espíritos das brumas, que lhes ensinaram a
valorizar o Dom da vida e a perceber a pulsação de uma PRESENÇA em tudo.
A partir daí, eles passaram a referir-se ao TODO QUE ESTÁ EM TUDO como a
PRESENÇA que anima a Natureza e os seres. Se a luz da vida era um assombro
de grandiosidade, maior ainda era a maravilha da PRESENÇA que gerava essa
grandiosidade. Perceber essa PRESENÇA em tudo era um assombro! E saber que o sol, a lua, o ser amado, os filhos, as flores e a natureza eram expressões maravilhosas
dessa totalidade, levava os iniciados daquele contexto antigo da Europa a
dizerem: "Que assombro!" Hoje, inspirado pelos amigos invisíveis celtas, deixo registrado aqui nesses escritos o "terno assombro" que sinto ao meditar na PRESENÇA que está em tudo. E lembro-me dos ensinamentos herméticos inspirados no sábio estelar Hermes Trismegistro, que dizia no antigo Egito: "O TODO está em tudo! O
Inefável é invisível aos olhos da carne, mas é visível à inteligência e ao
coração". O TODO ou a PRESENÇA, tanto faz o nome que se dê. O que importa mesmo é a grandiosidade de se meditar nisso; essa mesma grandiosidade de pensar nos
zilhões de sóis e nas miríades de seres espalhados pela vastidão
interdimensional do Multiverso, e de se maravilhar ao se perceber como uma
pequena partícula energética consciente e integrante dessa totalidade, e
poder dizer de coração: "Caramba, que assombro!"
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